sábado, 18 de abril de 2020

Recortes do tempo (sinopse)


Recortes do tempo (editora Viseu, 2019) é o sexto livro escrito por Roberto de Queiroz. Esta obra resulta de uma coletânea de artigos e crônicas, publicados nos seguintes periódicos: Diario de Pernambuco, Folha de PernambucoGazeta do OesteGazeta NossaJornal do CommercioJornal IgaçabaO NheçuanoO Radar e Vaia, entre outros suportes textuais, no período de março de 2001 a abril de 2017. Os textos estão organizados de acordo com a ordem de publicação e abordam principalmente estas áreas de conhecimento: educação, linguística, literatura, relações humanas e teoria literária.

O livro está disponível em dois formatos: impresso e e-book. O impresso está à venda, além da loja da editora, na 
AmazonAmericanasEstante VirtualMagazine LuizaSaraivaShoptime e Submarino.

e-book está à venda nas seguintes lojas: 
AmazonAppleBarnes & Noble, GoogleKoboLivraria Cultura e Wook.

Para adquirir este livro: https://buff.ly/2xjefbe

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Sinopse do livro “Leitura e escrita na escola: ensino e aprendizagem” (edição revista e ampliada – editora Multifoco, 2016)


“Leitura e escrita na escola: ensino e aprendizagem” (ed. rev. e ampliada – editora Multifoco, 2016) é o quinto livro publicado por Roberto de Queiroz. A obra tem orelha de Iolita Campos (FAMASUL-PE), prefácio de Araken Guedes Barbosa (UFPE) e posfácio de Nelly Carvalho (UFPE). O primeiro e o segundo capítulos reúnem questões teóricas, de fontes variadas, sobre os objetivos e funções da leitura, os níveis de conhecimento utilizados mediante o ato de ler e outras questões referentes à textualidade, necessárias para o desenvolvimento dos próximos tópicos. O terceiro e o quarto capítulos discorrem sobre o papel dos elementos de comunicação e das funções da linguagem no processo de recepção e produção de textos. O quinto capítulo aborda o discurso no texto ficcional escrito. O sexto e último capítulo trata de atividades de leitura e escrita realizadas no ensino fundamental e médio.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Pré-Modernismo (II) JECA TATU - Monteiro Lobato

Pobre Jeca Tatu! Como és bonito no romance e feio na realidade!
Jeca mercador, Jeca lavrador. Jeca filósofo...
Quando comparece às feiras, todo mundo logo adivinha o que ele traz: sempre coisas que a natureza derrama pelo mato e ao homem só custa o gesto de espichar a mão e colher (...) Nada mais.
Seu grande cuidado é espremer todas as consequências da lei do menor esforço — e nisto vai longe.
Começa na morada. Sua casa de sapé e lama faz sorrir aos bichos que moram em toca e gargalhar ao joão-de-barro. Pura biboca de bosquímano. Mobília, nenhuma. A cama é uma espipada esteira de peri posta sol chão batido.
Às vezes se dá ao luxo de um banquinho de três pernas — para os hóspedes.Três pernas permitem equilíbrio;inútil,portanto,meter a quarta,o que ainda o obrigaria a nivelar o chão. Para que assentos, se a natureza os dotou de sólidos, rachados calcanhares sobre os quais se sentam?
Nenhum talher. Não é a munheca um talher completo — colher, garfo e faca a um tempo?
Seus remotos avós não gozaram maiores comodidades. Seus netos não meterão quarta perna ao banco. Para quê? Vive-se bem sem isso.
Se pelotas de barro caem, abrindo seteiras na parede, Jeca não se move a repô-las. Ficam pelo resto da vida os buracos abertos, a entremostrarem nesgas de céu.
Quando a palha do teto, apodrecida, greta em fendas por onde pinga a chuva. Jeca, em vez de remendar a tortura, limita-se, cada vez que chove, a aparar numa gamelinha a água gotejante...
Remendo... Para quê? se uma casa dura dez anos e faltam "apenas" nove para que ele abandone aquela? Esta filosofia economiza reparos.

LOBATO, Monteiro. Urupês. São Paulo, Brasiliense, 1948. p. 245-6.

VOCABULÁRIO
biboca: Casa humilde com cobertura de palha.
bosquímano: Indivíduo dos bosquímanos, povo sul-africano.
espipar: Esticar, estender.
peri (ou piri): espécie de junco do qual se fazem esteiras; piripiri.
munheca: Mão.
remoto: Antigo, distante.
seteira: Fresta.
nesga: Pequeno espaço.
gretar: Rasgar.
gamela: Vasilha de madeira ou barro.

MARGENS DO TEXTO

1. O que podemos concluir ao compararmos a personagem de Monteiro Lobato com o índio Peri, de José de Alencar, e os bravos e orgulhosos caboclos dos romances regionalistas do mesmo período?

2. Em Jeca Tatu, Monteiro Lobato investe contra a idealização do caboclo, apontando algumas das suas características negativas. Qual delas é a mais criticada no texto?

3. “Jeca mercador, Jeca lavrador, Jeca filósofo...” Este parágrafo refere-se ao Jeca de Monteiro Lobato ou aos caboclos dos romances românticos?

4. Você crê que Monteiro Lobato queria chamar a atenção para uma realidade que deveria ser mudada ou pretendeu apenas ridicularizar o caboclo? Por quê?

Exercícios retirados de
MAIA, João Domingues. Português: volume único. 2. ed. são Paulo: Ática, 2005. p. 344-345.